Enfermeiros são maioria dos profissionais de Saúde presos em Gaza

59 enfermeiros seguem detidos, 49 foram soltos e 9 estão desaparecidos, segundo a Healthcare Workers Watch

25.02.2025

Protesto contra ataques a hospitais de Gaza (Foto: Mohamed Ibrahim Metawe)

As detenções arbitrárias e mortes de profissionais de Saúde agravaram o colapso sanitário na Palestina. Pelo menos 339 profissionais de Saúde de Gaza foram detidos arbitrariamente e 160 continuam presos, afirma a organização palestina Healthcare Workers Watch (HWW). Os enfermeiros são maioria, com 110 prisões. 59 seguem detidos, 49 foram soltos e 9 estão desaparecidos, segundo relatório da HWW.

Israel e o Hamas iniciaram o ano em cessar-fogo, já sob risco, em meio a acusações mútuas, e atrasos na libertação dos palestinos presos. Entre os libertados, muitos casos de desnutrição e relatos de tortura. O cirurgião Issam Abu Ajwa, 63, denuncia ter sido abordado no centro cirúrgico do hospital al-Ahli Arab, vendado, despido e espancado, antes de ser levado com outros profissionais de Saúde para um Centro de Detenção Israelense, onde relata ter sido interrogado sob tortura. O relato publicado pelo jornal britânico The Guardian se assemelha ao de sete entrevistados.

Ataques a hospitais entre 7 de outubro de 2023 e 30 de Junho de 2024 (Guardian/OHCHR)

Mais de 1057 profissionais de Saúde palestinos foram mortos, segundo o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas. A guerra já matou 50 mil pessoas — 48.291 palestinos e 1.706 israelenses – desde outubro de 2023, quando ataque do Hamas a civis deu início à ofensiva israelense. Sete em cada dez mortos são mulheres e crianças. Pesquisadores estimam que as mortes podem passar de 186 mil, se contabilizadas as causas indiretas, como desnutrição e falta de assistência médica.

Dados de satélite apontam que 66% das construções em Gaza foram atingidas por bombardeios. Pelo menos 27 dos 38 hospitais sofreram ataques. Dezesseis seguem em funcionamento, com capacidade reduzida, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Conforme o artigo 8º do Estatuto de Roma, direcionar ataques deliberadamente hospitais e locais onde doentes e feridos recebem assistência é um crime de guerra. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandato de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da defesa Yoav Gallant. Também foi emitido mandato de prisão contra o palestino Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri, comandante da Brigadas  al-Qassam, braço militar do Hamas.

Israel não reconhece a autoridade do TPI. Cento e vinte e oito países, entre eles o Brasil, são signatários do Estatuto de Roma, que criou o TPI.

 

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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