Enfermeiros são “peritos em humanidade”, afirma o papa Francisco

O papa Francisco expressou seu agradecimento aos enfermeiros que, como Jesus com o leproso, curam os paciente com ternura

05.03.2018

O Santo Padre recebeu na manhã de sábado (03/3), na Sala Paulo VI, os membros da Federação dos Enfermeiros profissionais, Assistentes da saúde e Vigilantes da Infância, que realizará a partir da próxima segunda-feira (06/03) seu primeiro Congresso nacional italiano, em Roma.

No discurso que pronunciou, o Papa ressaltou o papel insubstituível dos enfermeiros na assistência dos enfermos. Com efeito, os enfermeiros mantêm uma relação pessoal e contínua com os pacientes, dos quais cuida diariamente, ouve as suas necessidades e está em contato direto.

Promover, prevenir, restabelecer e aliviar

Francisco citou o Código internacional de Enfermagem, que contempla quatro tarefas fundamentais da profissão do enfermeiro: “promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento”.

E explicou: “Trata-se de funções complexas e múltiplas, que tocam todos os âmbitos da cura, e são realizadas em colaboração com outros profissionais. O caráter de cura e prevenção, de reabilitação e paliativo da sua ação exige um alto profissionalismo, que requer especialização e atualização”.

Tal profissionalismo, porém, frisou o Papa, não se manifesta somente em nível técnico, mas ainda mais na esfera das relações humanas, que requerem atenção, competência e conforto. Trata-se de uma síntese entre as capacidades técnicas e a sensibilidade humana e expressou seu apreço pela obra de enfermagem:

“Ao cuidar de homens e mulheres, crianças e pessoas idosas, – em qualquer fase da sua vida, desde o nascimento até à morte – vocês estão em contínua escuta e compreensão das exigências de um enfermo, cuja situação requer um árduo esforço de discernimento e atenção. Desta forma, sua profissão se torna uma verdadeira missão”.

Peritos em humanidade

No âmbito desta missão, os enfermeiros “peritos em humanidade” são promotores da vida e da dignidade das pessoas, da espiritualidade e da assistência religiosa entre os pacientes, de modo amoroso, como Jesus fez com o leproso, que lhe curou e amou com ternura.

Pedir sem exigir

Francisco concluiu: “É precisamente a ternura a ‘chave’ para entender o doente e o remédio precioso da sua cura. A ternura passa do coração às mãos, com respeito e amor fraterno. Por sua vez, os enfermos também devem entender a humanidade dos enfermeiros: devem pedir, sim, mas sem exigir, mantendo o devido respeito e gratidão pelo serviço que lhes prestam”.

Ao término da audiência, o Santo Padre exortou os presentes a não esquecer do bom “remédio” do carinho e do sorriso, um gesto simples, mas muito importante para o doente.

Neste sentido, Francisco fez uma homenagem especial a uma enfermeira italiana, dominicana, que trabalhava na Argentina: Irmã Cornélia. Graças à sua intervenção junto aos médicos, ele se salvou quando foi hospitalizado aos vinte anos, em graves condições de saúde. À esta religiosa e enfermeira, o Papa expressou toda a sua gratidão.

Por fim, Francisco desejou aos numerosos enfermeiros de toda a Itália, sucesso no Congresso do qual participarão na próxima semana. “Que ele seja uma ocasião propícia e frutuosa de reflexão, confronto e partilha.”

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