Estudo inédito sobre a demência estima que cerca de 8,5% da população idosa convive com a doença

Projeções indicam que, até 2050, esse número poderá alcançar 5,6 milhões de pessoas. 

24.09.2024

O Ministério da Saúde apresentou, nesta sexta-feira (20), o Relatório Nacional sobre a Demência: Epidemiologia, (re)conhecimento e projeções futuras. O documento reúne dados epidemiológicos, riscos, subdiagnóstico e estigma relacionados à demência, destacando que cerca de 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais, o que corresponde a aproximadamente 2,71 milhões de pessoas, convivem com a doença. As projeções indicam que, até 2050, esse número poderá alcançar 5,6 milhões de pessoas. 

O relatório trouxe importantes recomendações para aprimorar as políticas de cuidado voltadas às pessoas com demência, e apresentou um fluxograma para identificação da condição na Atenção Primária à Saúde (APS). Esse recurso visa apoiar a qualificação de profissionais da saúde, promovendo um diagnóstico precoce e uma abordagem multidisciplinar, aspectos cruciais para um cuidado integral e humanizado. A Enfermagem, como parte central da equipe de saúde, desempenha um papel essencial na detecção precoce e na implementação de estratégias de prevenção e acompanhamento dos pacientes com demência, especialmente na APS.

O estudo também analisou dados regionais e concluiu que a demência é mais prevalente entre mulheres, representando 9,1% dos diagnósticos, enquanto 7,7% dos homens sofrem da doença. As variações regionais vão de 7,3% no Sul a 10,4% no Nordeste, reforçando a importância de políticas adaptadas às especificidades locais.

O secretário-adjunto de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Jérzey Timóteo, destaca a importância da elaboração do relatório em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Esse trabalho conjunto representa uma oportunidade para compreender a realidade da população brasileira e os fatores de risco modificáveis. A atenção primária desempenha um papel fundamental, sendo o espaço onde podemos atuar na promoção, prevenção, diagnóstico precoce e, por fim, na articulação com a atenção especializada para um cuidado direcionado e específico”.

Além de fatores de risco modificáveis como baixa escolaridade, hipertensão e inatividade física, o relatório aponta o estigma como fator importante. Tal estigma não apenas dificulta o diagnóstico e tratamento, mas também afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores. 

Por fim, o documento revelou que o custo do cuidado com pessoas com demência aumenta com a progressão da doença, e que 70% dos idosos no Brasil dependem exclusivamente do SUS para receber esse atendimento. O papel da enfermagem, especialmente no estágio avançado da demência, torna-se ainda mais crítico, exigindo uma formação contínua e um olhar sensível para lidar com a complexidade desse cuidado.

Fonte: Ministério da Saúde (editada)

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