Familiares de mortos pela covid-19 realizam ato na Praça dos Três Poderes

Com 687 mil mortos, o Brasil foi uma das nações mais afetadas pela pandemia

21.10.2022

Em luto, familiares das vítimas lembraram os mortos pela covid-19

Familiares de mortos pela covid-19 realizaram, na manhã de quinta-feira (20/10), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ato em memória das vítimas da covid-19. Com 687 mil mortos, o Brasil foi uma das nações mais afetadas pela pandemia. “Essas pessoas não são números. São mães, pais, filhas e filhos, irmãs e irmãos, amores”, lembravam, em faixa, os manifestantes.

“O meu pai, aos 55 anos, faleceu devido à covid. É por isso que as pessoas estão aqui, cada um deles perdeu algum familiar, algum amigo próximo e ainda está de luto”, relata a professora Fernanda, integrante da Avico (Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19). Fundada em 2021, em Porto Alegre, a associação presta gratuitamente assistência psicológica, jurídica e social para pessoas impactadas pela doença. Fernanda responsabiliza o presidente por 400 mil das mortes, que poderiam ter sido evitadas sem o atraso na vacinação e com a adoção de medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias, como o uso de máscaras.

Professora Fernanda perdeu o pai para a covid-19, aos 55 anos. Ele ainda não havia sido vacinado.

Cercada pelo Palácio do Planalto (sede do poder executivo), Congresso Nacional (legislativo) e Supremo Tribunal Federal (STF), a Praça dos Três Poderes tem sido palco, desde o 1º de maio de 2020, de diversos atos de familiares das vítimas de covid-19 e profissionais de Saúde.

Na linha de frente do cuidado, os profissionais de Enfermagem estiveram entre os mais atingidos pela pandemia — chegou a representar, em janeiro de 2021, um terço das mortes globais de profissionais de Enfermagem por covid-19. Oito em cada dez mortes de profissionais de Saúde foram de mulheres.

Os casos da doença apresentam queda global, com a ampliação da cobertura vacinal, mas a covid-19 ainda é classificada como emergência de Saúde global pela OMS. A entidade estima que a pandemia, mais letal em gerações, causou um aumento de cerca 15 milhões da mortalidade global.