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Informática em Enfermagem e saúde digital foi tema de discussão no 25º CBCENF

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26.10.2023

A tecnologia contribui de diversas formas para facilitar, melhorar a prestação de serviços em saúde e trazer eficiência aos processos clínicos e qualidade do atendimento ao paciente. Além disso, é fundamental que a Enfermagem esteja acompanhando seus avanços.

“A tecnologia faz parte de nossas vidas em todos os aspectos, inclusive na saúde”, explica a enfermeira e analista de sistemas Gleyce Kelly Brasileiro. Passamos em média um terço do nosso dia com o celular em mãos e a popularização dos aplicativos móveis da área de saúde e bem-estar tem crescido em consumo de todas as faixas etárias de usuários. Gleyce Kelly também citou que usar a tecnologia na saúde não se restringe a criação de softwares e aplicativos, mas também é importante facilitar processos utilizando ferramentas no dia a dia, como tabular dados de consultas em Excel ou utilizar programas de edição para criar um vídeo educativo.

A informática em Enfermagem pode auxiliar na organização de dados, acelerando a comunicação, capacitando com recursos de realidade aumentada, conectando comunidades, melhorando fluxos de gestão e também realizando modelos informatizados de experimentos.

A enfermeira estomaterapeuta Laura Ferraz dos Santos trabalha há 10 anos com saúde digital e compartilhou sua experiência como coordenadora e responsável técnica da Enfermagem no TelessaúdeRS-UFRGS, projeto em parceria com Ministério da Saúde e com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), que oferta teleconsultorias, telediagnóstico, teleducação, suporte a núcleos e suporte de sistemas de informação e prontuários eletrônicos e contribui na qualificação e agilidade do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dentro do projeto, na especialidade de estomaterapia, já foram atendidos mais de 450 pacientes e durante a primeira consulta 61% deles apresentavam queixas ou dúvidas relacionadas ao estoma, na segunda consulta o percentual caiu para 46% e na terceira para 37%. Ela afirma que a consulta de Enfermagem mediada por TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) é uma ferramenta poderosa para atingir mais pacientes e de forma eficaz para suas particularidades, como é o caso dos que possuem estoma.

Entende-se por consulta em Enfermagem a atividade privativa do enfermeiro realizada de forma síncrona com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e devendo seguir o mesmo método de execução utilizado na consulta de Enfermagem presencial, considerando o Processo da Enfermagem, incluindo as etapas: histórico de Enfermagem (coleta de dados), diagnóstico de Enfermagem, planejamento de Enfermagem, implementação e avaliação de Enfermagem, conforme resolução Cofen nº 696/2022, que dispõe sobre a atuação da Enfermagem na Saúde Digital, normatizando a Telenfermagem.

“Enfermeiros e enfermeiras tem um papel importante na defesa do cuidado centrado na pessoa, que podem ser melhorados por meio da TIC. Uma liderança clara e políticas focadas nos níveis global, regional, nacional e local podem ajudar a fornecer a infraestrutura e as habilidades necessárias para fortalecer a Telenfermagem”, finalizou Laura.

A enfermeira e membro da Câmara Técnica de Legislação e Normas do Cofen Rachel Cristine Diniz da Silva também esteve presente no momento e ressaltou a importância de estar sempre atento às resoluções, normas e ao código de ética quando se trabalha em projetos de tecnologia e informática. Ela também citou que embora muitos sistemas de informação já estivessem presentes na prática diária da Enfermagem nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 ampliou o escopo de práticas da profissão, com utilização TICs.

Por fim, ela reflete que com a saúde digital e Enfermagem o aprendizado é sempre constante para que possamos utilizar as tecnologias ao favor da melhora dos serviços de saúde, “Não estávamos prontos para enfrentar a pandemia, mas aprendemos e o importante é estar pronto para aprender sempre”.