IV Marcha pela Humanização do Parto reúne milhares de pessoas em protesto

Em sua quarta edição, a marcha faz parte de um movimento que tem transformado a assistência ao parto no Piauí

21.11.2016

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Os manifestantes denunciaram a violência obstétrica

Com foco no alerta aos casos de violência obstétrica e aos altos índices de cesariana, o Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) mobilizou a população teresinense para participar da IV Marcha pela Humanização do Parto. Milhares de pessoas participaram do evento, que aconteceu em Teresina no último sábado (19/11), com concentração na Ponte Estaiada.

Em sua quarta edição, a marcha faz parte de um movimento bem sucedido que tem transformado a assistência ao parto no Piauí. Com faixas, cartazes e pinturas, os manifestantes seguiram da Ponte Estaiada ao Parque Potycabana, denunciando a violência obstétrica e cobrando o apoio ao parto normal, a presença de equipes multidisciplinares, o protagonismo da mulher, e o respeito à da Lei do Acompanhante.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registra no Brasil, por ano, o índice de 55% de cesarianas entre os partos realizados. O número alto, frente aos 15% recomendados pela Organização, acompanham também os casos de violência obstétrica relatados por mulheres que tem o direito ao atendimento humano, integral e de qualidade, desrespeitado.

A enfermeira obstetra e conselheira do Coren-PI, Tatiana Melo, diz que nenhuma gestante pode ser forçada a fazer uma cesariana ou ter direitos básicos negados durante todo o parto. “Muitas mulheres relatam que foram proibidas de gritar ou falar no trabalho de parto, foram submetidas a epistomias desnecessárias (corte indiscriminado do períneo), sofreram formas de tratamento discriminatórias ou foram impedidas de ter um acompanhante. São abusos que a sociedade não pode permitir”, afirma.

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Conselheira Fátima Sampaio acompanhou a marcha com outras colegas participantes do protesto

Negar o direito ao acompanhante, não dar informações claras sobre o estado de saúde para a família, deixar a mulher sozinha, não oferecer opções para o alívio da dor, realizar exames de toque repetidamente, fazer piadas com paciente, são exemplos de manifestações da violência obstétrica. Ela pode ocorrer de forma verbal, física, psicológica e sexual. “São abusos que devem ser denunciados. A atuação das entidades de classe, como o Coren-PI, é fundamental no acompanhamento dessas denúncias e no comportamento dos profissionais envolvidos nos casos”, explica Tatiana.

Na abertura oficial da marcha, a conselheira do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Fátima Sampaio, enfatizou que o Piauí como referência nesta luta. “O Piauí está sendo exemplo de mobilização a favor da saúde da mulher e da assistência humanizada ao parto. O estado está servindo como modelo para realização de marchas e combate à violência obstétrica em outras cidades do Brasil”, afirmou Fátima.

O presidente do Coren-PI, Lauro de Morais, ressaltou que o Parto Humanizado é uma bandeira permanente na atual gestão do Conselho e que conselheiros e fiscais estão se empenhando para cobrar a qualidade da assistência em hospitais e maternidades.

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