Lista de enfermeiro ajudou familiares a localizar pacientes após incêndio no RJ

Glauber Amancio, de 32 anos, chegava em casa, cansado de um plantão quando foi ajudar no resgate das vítimas da tragédia

16.09.2019

O incêndio no Hospital Badim, ocorrido na noite de quinta-feira (12), causou a morte de 11 pessoas (Foto: O GLOBO)

RIO – Eram 19h40 quando o enfermeiro Glauber José de Oliveira Amancio, de 32 anos, chegava em casa, cansado de um plantão, na última quinta-feira. Ele mora numa rua ao lado da do Hospital Badim , na Tijuca. Ao ligar a televisão, não teve dúvidas. Foi direto para o local. Achava que encontraria um cenário controlado. Mal sabia que ele seria uma peça fundamental na organização do socorro aos pacientes, após o incêndio que atingiu a unidade. Uma lista montada por Glauber se mostrou decisiva para que familiares localizassem pacientes após a tragédia.

– Eu achei que já estaria tudo sob controle. Mas não foi isso que vi quando cheguei. Os pacientes estavam sendo colocados na creche, ao lado do hospital – contou ele, que é diretor do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ).

Glauber se apresentou para trabalhar e perdeu a conta de quantos pacientes ajudou a retirar pela garagem do Badim.

– Os pacientes eram levados para a creche, estabilizados e colocados nas ambulâncias. Eu comecei a anotar, fazendo uma lista com nome do paciente, identificação da ambulância e para qual hospital estava indo. Assim, pude ajudar muitos a encontrarem seus familiares – relembra o enfermeiro, que trabalha na Maternidade Carmela Dutra e no Hospital São Pedro de Alcântara, em Paraty.

O enfermeiro que ajudou no resgate é conselheiro do Coren-RJ (Foto: O GLOBO)

Resgate de pacientes da CTI foi o mais difícil – Quando Glauber achou que todos os pacientes já haviam sido retirados, foi surpreendido pelo apelo de um médico para que permanecesse ajudando:

– Fui falar com um médico que conheço e ele me pediu para que não fosse embora. ‘Agora é que vamos precisar mais de vocês. Vamos retirar os acamados que estão no CTI’. Naquele momento, sem elevador, sem luz, retirar pessoas acamadas, ligadas a aparelhos não foi fácil. A fumaça impedia quem tentava entrar de permanecer lá dentro. Ficamos na parte da frente do hospital e os bombeiros entravam, porque eles tinham equipamentos. A parte mais triste é que eles também não estavam conseguindo acessar os andares mais altos – conta Glauber.

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