Ministério da Saúde discute plano de contingência contra mpox

Brasil registra 709 casos da doença, antes conhecida como "varíola dos macacos"

12.08.2024

O Ministério da Saúde convocou hoje, 12/8, reunião para discutir o plano de contingência contra a mpox, doença zoonótica viral antes conhecida como “varíola dos macacos”, frente ao aumento dos casos e surgimento de nova variante. Em 2023, foi declarada emergência sanitária pela OMS, e o Brasil vacinou pessoas em alto risco de contágio, com uso das doses liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma provisória. O Brasil registrou 709 casos da doença, com 16 óbitos. 

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou, na semana passada, a criação de um comitê de emergência para avaliar o surto da doença e o risco de disseminação internacional do vírus. A República Democrática do Congo enfrenta, desde 2022, um surto de mpox, e a intensa transmissão do vírus entre humanos levou a uma mutação até então desconhecida, com maior letalidade. O país concentra mais de 95% das mortes por mpox. Quase 70% dos casos foram registrados em crianças e adolescentes menores de 15 anos, que respondem por 85% dos óbitos no país, segundo relatório do Centro para Prevenção e Controle de Doenças da África.

A OMS publicou na sexta, 9/8, solicitação para que fabricantes de vacinas contra a mpox submetam pedidos para análise de uso emergencial. O processo visa agilizar a disponibilidade de vacinas não licenciadas, mas necessárias para situações de emergência em saúde pública.

Lesões por mpox podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido

Transmissão e sintomas – A doença pode ser transmitida por materiais infectados com o vírus, animais silvestres (roedores) infectados e pelo contato próximo com pessoas doentes. O intervalo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da Mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Após a manifestação de sintomas — como febre, calafrios, linfonodos aumentados, dores no corpo e cabeça, e erupções na pele — as crostas das erupções desaparecem, e a pessoa doente deixa de transmitir o vírus.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões varia. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

Notificação obrigatória e coleta – A Portaria GM/MS 3328/2022 determina a obrigatoriedade de notificação, em até 24 horas dos casos de mpox. A notificação deve ser realizada pelos profissionais de saúde de serviços públicos ou privados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação – e-SUS Sinan.

“A Enfermagem desempenha um papel fundamental na prevenção, controle, monitoramento e tratamento do mpox. Através da identificação precoce, da assistência integral e da promoção da saúde, os profissionais de Enfermagem contribuem para a redução da transmissão do vírus e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, conforme suas competências técnicas, neste campo da prática”, afirma Eduardo Fernando de Souza, colaborador do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) que coordenou a Equipe de Resposta Rápida à covid.

O diagnóstico da mpox é laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico laboratorial deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. A amostra a ser analisada será coletada, preferencialmente, da secreção das lesões. Quando as lesões já estão secas, o material encaminhado são as crostas das lesões. Acesse o vídeo com as Orientações para coleta de amostras laboratoriais.

O diagnóstico complementar deve ser realizado considerando as seguintes doenças: varicela zoster, herpes zoster, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica e quaisquer outras causas de erupção cutânea papular ou vesicular. Há relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o MPXV e outros agentes infecciosos. Pacientes com erupção cutânea característica devem ser investigados mesmo quando outros testes sejam positivos. 

Fonte: Ascom/Cofen, com informações do MS, CDC e da OMS

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