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Ministério da Saúde vai estimular vacinação de adolescentes contra o HPV

Iniciativa visa resgatar jovens que já passaram da faixa etária de imunização

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24.02.2025

O Ministério da Saúde realizará, ao longo deste ano, uma campanha de resgate para identificar e vacinar adolescentes contra o HPV. No Brasil, estima-se que pelo menos 7 milhões de jovens entre 15 e 19 anos não estejam imunizados contra o vírus, apesar de já terem ultrapassado a faixa etária recomendada para a vacinação, que é de 9 a 14 anos.

O HPV é o principal responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres brasileiras. Além disso, o vírus pode causar câncer no ânus, pênis, vagina e garganta. A vacina atualmente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra os quatro subtipos mais associados ao desenvolvimento do câncer, além de prevenir verrugas e feridas nos órgãos genitais.

A eficácia da vacina é maior quando aplicada antes do início da vida sexual, pois reduz significativamente o risco de infecção prévia, uma vez que a principal forma de transmissão do HPV ocorre por via sexual. Por essa razão, a vacinação de rotina é recomendada para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

De acordo com a consultora médica da Fundação do Câncer, Flavia Correa, é essencial resgatar aqueles que não foram vacinados, para que o país possa avançar na eliminação do câncer do colo do útero. Ela lembra que, quando a vacinação contra o HPV foi introduzida no Brasil, em 2014, a adesão à primeira dose foi elevada, alcançando quase 100% de cobertura. Entretanto, houve uma queda significativa na segunda dose, devido à desinformação e à disseminação de informações falsas sobre a vacina.

“Depois disso, tivemos a pandemia de covid-19, que reduziu drasticamente a cobertura de todas as vacinas. Agora, estamos em um momento de recuperação dessas coberturas vacinais. A vacina contra o HPV protege contra quatro tipos do vírus, então, mesmo que uma pessoa tenha sido exposta a um deles, ainda pode se beneficiar da imunização contra os outros”, explica a especialista.

A campanha será inicialmente direcionada a 121 municípios que registram as piores coberturas vacinais. Nesses locais, estima-se que vivam cerca de 3 milhões de adolescentes de ambos os sexos que ainda não receberam a vacina contra o HPV. A meta da iniciativa é imunizar pelo menos 90% desse público. Além disso, aqueles que não tiverem certeza se já receberam a vacina também serão imunizados por precaução.

Para garantir a execução da campanha, os estados contemplados devem solicitar doses extras da vacina ao Ministério da Saúde, que será responsável pela aquisição e distribuição. Em uma cartilha recentemente lançada com diretrizes para os municípios, a pasta recomenda que a vacinação ocorra não apenas nas unidades de saúde, mas também em escolas, shoppings e outros locais de grande circulação.

A vacinação de rotina para meninas e meninos de 9 a 14 anos continuará normalmente. Desde abril do ano passado, o esquema vacinal foi simplificado para apenas uma dose. A vacina contra o HPV é contraindicada apenas para gestantes e pessoas com hipersensibilidade grave ou alergia a levedura.

Flavia Correa enfatiza que a vacina é segura e altamente eficaz. “Mais de 500 milhões de doses já foram aplicadas em todo o mundo. A vacina tem um excelente perfil de segurança. Países que adotaram a imunização há mais tempo já registraram uma redução na prevalência do HPV e até na incidência de câncer do colo do útero. A prevenção primária é sempre a melhor forma de evitar doenças”, reforça a especialista.

Fonte: Agência Brasil (editada)