Morte de bebês reforça a importância da vacinação de gestantes contra coqueluche

Na primeira quinzena de outubro, estado do Rio confirmou 216 casos de coqueluche e três mortes em menores de seis meses de idade. Profissionais de Saúde também precisam se vacinar

23.10.2024

Criança com tosse característica da coqueluche

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro emitiu um alerta sobre a necessidade da vacinação contra coqueluche de grávidas e mulheres que acabaram de dar à luz. O estado registrou 216 casos da doença na primeira quinzena de outubro, com mortes de três bebês menores de 6 meses. A vacinação da gestante e puérpera tem efeito protetivo sobre os bebês. Nos três casos de óbitos, as mães não haviam sido vacinadas. 

No último pico da doença no Brasil havia sido registrado em 2014 no país. O aumento global dos casos, sobretudo na Europa e Ásia, ascendeu o alerta epidemiológico em julho deste ano. Nota técnica do Ministério da Saúde recomenda o aumento da vigilância epidemiológica e o reforço da vacinação de crianças menores de 1 ano, aplicação dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos, vacinação de gestantes, mulheres no pós-parto e de profissionais da área da saúde. A vacina Tríplice Acelular (DTPa), que protege contra o tétano, a difteria e a coqueluche, é indicada para profissionais e estagiários da saúde atuantes em UTIs (unidades de terapia intensiva), UCIs (unidades de cuidados intensivos neonatal convencional) e berçários, e como complemento do esquema vacinal.

“Os profissionais de Enfermagem que atuam diretamente no atendimento a bebês ou que estejam com esquema vacinal incompleto devem se vacinar”, explica o enfermeiro Eduardo Fernando de Souza, especialista em Saúde do Trabalhador e colaborador do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Além de proteger o profissional, a imunização é importante para a segurança dos pequenos pacientes ainda não imunizados, sobretudo os lactentes menores de 6 meses. Para as grávidas, a vacina deve ser aplicada  a partir da 20ª semana de gestação, preferencialmente entre 27ª e a 36ª semanas de gestação – período que gera maior proteção para o bebê, com efetividade estimada em 91%. A vacinação até 15 dias após o parto também transfere imunidade ao recém nascido amamentado.

A vacina contra coqueluche, importante causa de mortalidade infantil, é parte do calendário nacional de vacinação. Bebês abaixo de 6 meses, que ainda não têm idade para concluir o esquema vacinal, estão em maior risco. No período de 2016 a 2017, seis em cada dez casos confirmados da doença ocorreram em bebês menores de 1 ano. Desses, quase 80% tinham menos de 6 meses. A doença é uma das passíveis de prevenção pela vacina pentavalente, aplicada em bebês de dois, quatro e seis meses. A vacina DTP é destinada a crianças de 15 meses e 4 anos.

Causada pela bactéria bordetella pertussis, a coqueluche se caracteriza por crises de tosse seca incontroláveis, intercaladas com a ingestão de ar, que podem provocar um som agudo, similar guincho ou chiado. Sintomas clássicos incluem vômitos e falta de ar, podendo levar a cianose. A coqueluche compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). A infecção pode durar cerca de 6 a 10 semanas e evolui em três fases sucessivas: a fase catarral, a fase paroxística e a fase de convalescença.

Fonte: Ascom/Cofen

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