MPF quer investigação de homem que agrediu enfermeiras em protesto no DF

Mais exaltados dos agressores foi identificado como Renan da Silva Sena, funcionário tercerizado do Ministério do Direitos Humanos, segundo documento anexado pelo MPF

05.05.2020

O Ministério Público Federal solicitou hoje à Procuradoria da República no Distrito Federal que ofereça notícia-crime — ou seja, uma notificação para que autoridades investiguem um crime — contra Renan da Silva Sena. A solicitação foi feita pelo procurador João Paulo Lordelo em memorando enviado a Claudio Drewes José Siqueira, procurador-chefe da Procuradoria da República no DF. No texto, Lordelo cita reportagem publicada hoje pelo UOL que identifica Renan, funcionário terceirizado do Ministério de Direitos Humanos, como o protagonista de vídeo gravado na última sexta-feira (1º).

Na filmagem, Sena aparece agredindo verbalmente enfermeiras que realizavam um protesto pacífico na Praça dos Três Poderes. Ele é analista de projetos do setor socioeducativo da pasta, mas não exerce atividades desde março. O ministério informa que Sena foi demitido em 23 de abril, mas não enviou documentação que comprovasse o ato demissionário. “Os eventos narrados, dotados de inegável gravidade, podem ensejar (…) eventual crime contra a Administração Pública, razão pela qual solicito a Vossa Excelência a distribuição da presente notícia crime para adoção das medidas que o(a) procurador(a) da República natural compreender necessárias”, diz o documento enviado hoje.

De acordo com o documento enviado hoje pelo procurador, Renan já havia participado de outras manifestações. O registro da manifestação em questão foi divulgada por uma página de apoio ao vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, nas redes sociais. Uma cópia da gravação já se encontra em posse do MPF. “Posteriormente, divulgou-se que tal indivíduo teria participado de manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal, ao lado de pessoa supostamente identificada como Wagner Cunha, ambos fazendo apologia à intervenção militar naquela corte”, descreve o memorando. Segundo o Ministério Público Federal, Renan pôde ser identificado no vídeo da manifestação.

Posteriormente, divulgou-se que tal indivíduo teria participado de manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal, ao lado de pessoa supostamente identificada como Wagner Cunha, ambos fazendo apologia à intervenção militar naquela corte”, descreve o memorando. Segundo o Ministério Público Federal, Renan pôde ser identificado no vídeo da manifestação de profissionais de enfermagem após consulta realizada no Sistema Radar da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), subordinada à Procuradoria-Geral da República.

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