MT: Força Nacional de Fiscalização apresenta primeiros dados

Redução no atendimento devido à falta de profissionais, estrutura precária e medicações vencidas são algumas das irregularidades estruturais encontradas

31.01.2019

Redução no atendimento devido à falta de profissionais, estrutura precária e medicações vencidas são algumas das irregularidades estruturais que estão sendo encontradas pela equipe de fiscais da Força Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem (FNFIS), que deu início nesta segunda-feira (28) à maior operação de fiscalização já feita em Mato Grosso, nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop.

O objetivo da ação é verificar as condições de assistência de Enfermagem que colocam em risco a população. As deficiências de estrutura e a falta de pessoal estão entre os principais problemas detectados, o que interfere nas condições de atendimento ao paciente. “A enfermagem é uma das profissões mais sofridas por lidar diariamente com o sofrimento do outro, com a dor, com a perda. Associad31o a isso estão as condições em que esse trabalho acontece. O adoecimento do profissional é inevitável”, comentou o presidente do Coren-MT, Antônio César Ribeiro.

A superlotação das unidades, um dos problemas observados, tende a agravar o quadro. “As doenças infecto-contagiosas, por exemplo, não são separadas, naquele espaço, que é o corredor, uma da outra. Ali dentro há uma promiscuidade técnica de cuidado que não favorece nada, compromete tanto a saúde do paciente quanto a de quem está lá para ajudá-lo”, disse ele.

No primeiro dia, a fiscalização percorreu o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, o Hospital Adauto Botelho, também em Cuiabá, o Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande, na cidade industrial, e o Hospital Regional de Sinop.

No Hospital Regional de Sinop, que está sob intervenção do Estado e com salários atrasados, em razão de déficit de profissionais, o número de atendimentos foi reduzido. A quantidade de cirurgias, que era de 400, caiu para 200, atendendo somente emergência há dois leitos de UTI adulto inativados por falta de equipamentos. Também foram observadas rachaduras em parede da Central de Material Esterelizado (CME).

No Pronto Socorro de Várzea Grande, foram encontradas medicações vencidas na UTI, assim como materiais com esterilização vencida e sem identificação da data de esterilização. Os lençóis precisam ser trazidos pelos próprios pacientes e não há local adequado para guarda de seus pertences, nem sabão ou álcool para lavagem de mãos. O déficit de profissionais de limpeza ocasiona condições precárias de higiene em um dos blocos da unidade.

No Pronto Socorro de Cuiabá, assim como no de Várzea Grande, foi constatada superlotação de pacientes e quantidade insuficiente de profissionais para atendimento na emergência, apenas dois enfermeiros e quatro técnicos de enfermagem. Há pacientes há mais de três 3 dias sem fazer curativo devido a sobrecarga de atribuições dos profissionais de enfermagem, ocasionando riscos à saúde dos pacientes.
Neste local, foram constatadas irregularidades como um paciente grave sendo atendido em maca baixa por falta de leitos e a ausência de materiais para a assistência e de alguns medicamentos.

Também foram detectados a falta de registros de enfermagem e de enfermeiro onde são desenvolvidas as atividades de enfermagem na Unidade de Queimados, além de desvio de função, caracterizado por um auxiliar de enfermagem que estava executando atividades de assistência a paciente grave.

Na terça (29), foram fiscalizados o Hospital Municipal São Benedito, o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, a UPA IPASE, o Hospital São Lucas de Várzea Grande e o Hospital Santo Antônio, em Sinop.
Na quarta-feira (30), foi a vez do CIAPS III e das UPAs Morada do Ouro, Pascoal Ramos, da Policlínica do Verdão, em Cuiabá, e dos Hospital e Maternidade Dois Pinheiros e Maternidade Jacarandás, em Sinop.
Sobre a Força Nacional de Fiscalização (FNFIS).

Sobre a Força Nacional de Fiscalização – A FNFIS realizou, desde 2015, ações em diversos estados brasileiros, incluindo Maranhão, Acre, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Alagoas, Rondônia e Minas Gerais. Foram fiscalizadas 132 instituições e notificadas 607 irregularidades.

As instituições fiscalizadas apresentaram déficit de profissionais, o que compromete a qualidade da assistência. Foram constatadas, ainda, falta de materiais básicos, presença de medicamentos vencidos e diversas irregularidades no exercício profissional, acarretando riscos à população.

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