OPAS alerta para aumento de casos de febre amarela na América Latina

Organização Pan-Americana da Saúde destaca crescimento de casos e mudanças na distribuição geográfica da doença, reforçando a importância da vacinação e da vigilância intensificada.

07.02.2025

Enfermeira na clínica praticando medicina
Número ultrapassa os 58 casos notificados entre 2022 e 2023, que resultaram em 28 óbitos, nos países da Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico sobre o aumento de casos de febre amarela nas Américas, destacando o recente crescimento de casos confirmados em humanos e a mudança na distribuição geográfica da doença.

O aumento foi observado tanto no final de 2024 quanto nas primeiras semanas de 2025. Ao todo, foram registrados 61 casos confirmados de febre amarela em 2024, com 30 mortes. Esse número ultrapassa os 58 casos notificados entre 2022 e 2023, que resultaram em 28 óbitos, nos países da Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru. Somente em janeiro de 2025, mais 17 casos foram notificados, com sete mortes.

Enquanto em 2024 os casos estavam concentrados principalmente na região amazônica da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana e Peru, em 2025 a doença tem se deslocado para áreas fora dessa zona tradicionalmente afetada, com destaque para o estado de São Paulo, no Brasil, e o departamento de Tolima, na Colômbia. O Peru também registrou um caso fatal. A OPAS alerta que outros países podem ser igualmente afetados.

A febre amarela é uma doença viral grave e potencialmente fatal, especialmente em sua forma mais severa. O aumento de casos reforça a necessidade urgente de intensificar os esforços para prevenir a propagação do vírus, melhorar o manejo clínico, com ênfase na detecção precoce e tratamento de casos graves, e fortalecer a vigilância epidemiológica em áreas de alto risco.

A OPAS enfatiza que a vacinação permanece como uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção e controle da febre amarela. Em 2024, a maioria dos casos ocorreu em pessoas que não haviam sido vacinadas. Por isso, a organização recomenda que os países sigam fortalecendo seus programas de vacinação e adotem medidas para informar e proteger os viajantes que se dirigem às áreas de risco.

Dado o deslocamento da doença para novas áreas, a OPAS destaca a necessidade de manter uma vigilância ativa, especialmente nas regiões próximas às zonas afetadas, para detectar precocemente quaisquer casos suspeitos e garantir o isolamento e tratamento adequados.

Além disso, a OPAS apresenta algumas recomendações essenciais para a contenção da febre amarela na região. A primeira medida é o reforço da vigilância, com o objetivo de detectar rapidamente casos suspeitos, inclusive em áreas não tradicionalmente afetadas. A vacinação universal é destacada, com a meta de garantir que pelo menos 95% da população em áreas de risco seja vacinada. A organização também recomenda a realização de diagnóstico laboratorial por PCR nos primeiros 7 a 10 dias de doença, ou ELISA de IgM na fase de convalescença, com interpretação cuidadosa, devido à reatividade cruzada com outros flavivírus circulantes.

Em relação ao manejo clínico, a OPAS salienta a importância de fortalecer a detecção precoce e o monitoramento especializado de pacientes graves, como medida fundamental para salvar vidas. Além disso, é essencial revisar e atualizar os inventários nacionais e subnacionais de vacinas para garantir uma resposta rápida em emergências.

O papel da Enfermagem nesse contexto é fundamental. Esses profissionais são essenciais na detecção precoce de casos suspeitos, no acompanhamento dos pacientes em todas as etapas do tratamento e na promoção das medidas preventivas, como a vacinação. Além disso, têm um papel decisivo no manejo clínico, monitorando os sinais vitais, oferecendo suporte às famílias e colaborando com outras equipes de saúde para garantir uma resposta integrada e eficaz ao surto. A atuação da Enfermagem contribui diretamente para a redução da mortalidade e a segurança do paciente, principalmente nos casos graves da doença.

Desde 1970, a febre amarela ressurgiu como uma ameaça à saúde pública nas Américas, sendo endêmica em 13 países e territórios da região, com surtos frequentes e causando mortes. Em 2014, o vírus ultrapassou os limites da Amazônia, e alguns especialistas associam esse fenômeno a mudanças na interação entre macacos, mosquitos e humanos.

Fonte: Ascom/Cofen, com informações da OPAS

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