Pernambuco diz não ao ensino a distância de Enfermagem

Em audiência pública, deputado Ricardo Costa anunciou Projeto de Lei estadual proibindo a formação de técnico de Enfermagem por EaD

21.09.2016

Audiência pública em Pernambuco reforçou mobilização nacional contra formação EaD em Enfermagem
Audiência pública em Pernambuco reforçou mobilização nacional contra formação EaD em Enfermagem

Audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) debateu e repudiou a graduação de enfermeiros e formação de técnicos de Enfermagem a distância. A audiência, realizada nesta manhã (21/9), integra a mobilização nacional do Sistema Cofen/Conselhos Regionais por um ensino presencial e de qualidade, que já percorreu 26 das 27 unidades federativas, discutindo as implicações da EaD na Enfermagem.

“É necessário enxergar Saúde e Educação de maneira unificada”, afirmou o deputado estadual Ricardo Costa (PMDB). Propositor da audiência em Alepe, o deputado anunciou projeto de lei estadual proibindo a formação de técnicos de Enfermagem a distância em Pernambuco. O PL 995/2015 reforça a luta das entidades representativas da Enfermagem pelo ensino presencial, que já recebeu apoio do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e do próprio Conselho Nacional de Saúde. “A vida sem lutas é um mar morto”, afirmou o deputado. Em tramitação no Congresso, o Projeto de Lei 2891/2015, que torna obrigatório o ensino presencial de Enfermagem, já recebeu aparecer favorável na Comissão de Educação.

“Somos nós, profissionais de Enfermagem, que temos o primeiro contato, que acompanhamos os pacientes. Para executar nossas tarefas, precisamos de habilidade relacionais e conhecimentos teórico-práticos que não podem ser adquiridos sem contato humano”, ressaltou a presidente do Coren-PE, Marcleide Cavalcante. A importância do contato com o paciente foi reforçado pelo conselheiro federal Anselmo Almeira, e pelos professores Gilmar Júnior (IDEP) e Carmela Alencar (Facol), que compuseram a mesa.

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Deputado Ricardo Costa anunciou Projeto de Lei que proíbe formação de técnicos de Enfermagem por EaD no estado

Valdelize Pinheiro, integrante da Câmara Técnica de Ensino e Pesquisa (CTEP/Cofen) e do Grupo de Trabalho sobre EaD do Cofen, apresentou um breve panorama do ensino a distância de Enfermagem no Brasil e em Pernambuco. O estado tem 58 polos de formação de enfermeiros por EaD, a maioria ociosos por falta de interessados, situação que se repete em todo o Brasil. A operação EaD, realizada pelo sistema Cofen/Conselhos Regionais atendendo consulta do Ministério Público Federal, constatou condições precárias de oferta de cursos. Sem bibliotecas, laboratórios e docentes qualificados, muitos pólos de graduação a distância em Enfermagem não têm sequer convênios para a realização de estágios obrigatórios e atividades práticas.

Grandes grupos internacionais controlam mais de 90% da oferta de vagas na Enfermagem a distância no Brasil. Com pouco controle e regulação, o número de pólos oferecendo graduação em Enfermagem saltou de 938 para 1.778 pólos desde a Operação EaD, um aumento avassalador de 89,3% em um ano. Atualmente, o Brasil tem 1,8 milhão de profissionais de Enfermagem em atuação, número suficiente para atender as atuais políticas de Saúde Coletiva, e que as vagas do ensino presencial já superam a demanda. A saturação contribui para o achatamento salarial e desemprego, com precarização da força de trabalho.

 

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