Plano Nacional para derrotar as meningites até 2030 visa reduzir óbitos em 70%

Plano foi lançado nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Saúde. Entre 2023 e 2024, o Brasil registrou mais de 41 mil casos de meningite, com a maior incidência entre crianças menores de um ano e idosos acima de 60 anos

04.10.2024

Três mulheres posam para foto
Cofen esteve presente reforçando que a Enfermagem são a linha de frente nas campanhas de vacinação e no atendimento direto aos pacientes acometidos

Em um movimento alinhado aos objetivos internacionais, o Brasil lançou, nesta quinta-feira (3), o Plano Nacional para Derrotar as Meningites até 2030. O lançamento aconteceu às vésperas do Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 5 de outubro, e tem como meta erradicar as epidemias de meningite bacteriana no país, reduzir os casos preveníveis por vacinas e diminuir em 70% as mortes causadas pela doença. O plano também visa melhorar o acompanhamento e a qualidade de vida dos sobreviventes, propondo ações articuladas com o Sistema Único de Saúde (SUS) e envolvendo a participação ativa de diversos setores da saúde.

A chefe do Departamento de Gestão do Exercício Profissional (Dgep) do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Tatiana Melo, esteve presente no lançamento e evidenciou a importância da atuação da Enfermagem na execução do plano, especialmente na prevenção, diagnóstico e tratamento da meningite. Ela reforçou que a categoria é a linha de frente nas campanhas de vacinação e no atendimento direto aos pacientes acometidos. “Os enfermeiros têm um papel fundamental na resposta ao combate à meningite, desde a conscientização da população até a assistência em todos os níveis de cuidado”, afirmou.

A meningite é uma infecção que afeta as meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por vírus, bactérias ou, mais raramente, fungos. As meningites bacterianas, embora menos frequentes, são mais graves e podem resultar em complicações severas. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça intensa e rigidez no pescoço.

No Brasil é considerada uma doença endêmica, com casos esperados ao longo do ano e surtos ocasionais. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, principalmente por gotículas respiratórias e contato com secreções. Os sintomas variam entre meningite viral, que apresenta sintomas mais leves, e meningite bacteriana, que é mais grave e apresenta sinais como febre alta e manchas vermelhas pelo corpo.

O tratamento depende do agente causador; a viral geralmente se resolve sozinha, enquanto a bacteriana requer tratamento hospitalar imediato. A prevenção é feita por meio de vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunização, que protegem contra as principais causas de meningite bacteriana.

Uma sala de conferências ampla com várias pessoas sentadas ao redor de mesas retangulares
Lançamento aconteceu às vésperas do Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 5 de outubro. Imagem: Laudemiro Bezerra/MS

De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2023, foram notificados 26.132 casos de meningite no Brasil, dos quais 16.445 foram confirmados, representando 62,9% do total. Em 2024, o número de notificações foi menor, com 15.580 casos, dos quais 8.357 foram confirmados, o que equivale a 53,6%. No período acumulado entre 2023 e 2024, foram registrados 41.712 casos notificados, com 24.802 confirmações, representando 59,5% do total de casos.

A Enfermagem exerce um papel fundamental no combate à meningite, atuando desde a prevenção até o atendimento direto aos pacientes. Os profissionais são centrais nas campanhas de vacinação, administrando imunizantes e orientando a população sobre medidas preventivas. Também identifica sinais de alerta da doença e encaminha os pacientes para o tratamento adequado. No cuidado aos pacientes, a categoria garante uma assistência contínua, monitorando a evolução dos casos e proporcionando suporte durante todo o processo de recuperação.

A maior incidência é entre homens, que representam 58% dos casos confirmados, enquanto as mulheres respondem por 42%. A idade média dos casos confirmados é de 25 anos, e a mediana é de 17 anos. Os coeficientes de incidência por faixa etária revelam que o grupo de crianças com menos de um ano apresenta o maior índice, com 62,09 por 100 mil habitantes, seguido pelas crianças de 1 a 4 anos, com 17,63. A incidência diminui progressivamente em faixas etárias mais avançadas, com leve aumento entre idosos acima de 60 anos, que possuem um coeficiente de 4,94.

Tatiana Melo conclui enfatizando que o plano nacional está embasado em pilares estratégicos que incluem prevenção, controle de epidemias, vigilância epidemiológica, tratamento e apoio aos pacientes. “Nesse contexto, a atuação integrada dos enfermeiros, médicos e demais profissionais da saúde será crucial para alcançar as metas previstas até 2030”, finalizou.

Fonte: Ascom/Cofen

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