Projeto Hora do Colinho vira lei no Acre e acolhe bebês durante hospitalização

Desenvolvida na pandemia, a iniciativa promove cuidado humanizado, garantindo a diminuição do estresse e uma melhor recuperação dos recém-nascidos

28.09.2022

Projeto nasceu da busca em proporcionar uma sensação de bem-estar para o bebê cuja mãe estava internada ou morreu no contexto da pandemia da covid-19

A Hora do Colinho, projeto pioneiro voltado ao cuidado humanizado de recém-nascidos órfãos ou privados da presença materna, virou lei no Acre. Desenvolvida na pandemia, a iniciativa promove acolhimento afetivo, garantindo a diminuição do estresse e uma melhor recuperação dos bebês.

Criado na maternidade estadual Frei Damião, em João Pessoa, o projeto buscava proporcionar uma sensação de bem-estar para o recém-nascido cuja mãe estava internada ou morreu no contexto da pandemia da covid-19. A técnica envolve Procedimento Operacional Padrão (POP), que aprimora a respiração e promove a expansão da caixa torácica do bebê, auxiliando o funcionamento do intestino e do estômago com o movimento.

A enfermeira Mariluce Ribeiro, idealizadora da Hora do Colinho, comemorou a aprovação. “Fico muito feliz em saber que este projeto que nasceu na pandemia está se espalhando pelo país. É muito difícil ressignificar uma perda materna, mas saber que podemos minimizar os danos causados por esta ausência é muito gratificante”, revelou.

Além do Acre, a Hora do Colinho virou lei nos estados da Paraíba e do Rio de Janeiro. Também já foram criados projetos nas assembleias legislativas do Maranhão e do Mato Grosso, mas ainda aguardam aprovação. No Congresso Nacional, tramita um projeto de lei, de autoria da deputada federal Edna Henrique (PSBD/PB), para que o protocolo seja expandido em âmbito nacional.

A Hora do Colinho recebeu, no último ano, parecer técnico favorável do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) reconhecendo a legalidade e adequação do Protocolo Operacional Padrão (POP), com potencial de replicação. O parecer destaca a importância do acolhimento e do colo para o desenvolvimento do recém-nascido.

Tragédia humana – A pandemia produziu impactos trágicos para a infância e a configuração das famílias. Estudo publicado na revista científica Lancet estima que 1,5 milhão de crianças perderam a mãe ou outro cuidador primário para a covid-19 até o mês de abril. No Brasil, durante o primeiro semestre de 2020, o país respondia por 77% das mortes por covid-19 documentadas entre gestantes.

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