Reduzindo a desigualdade: Apoio à amamentação para todos

Amamentação em situações de vulnerabilidade e emergência são destaque na Semana Mundial de Amamentação 2024. Conselhos de Enfermagem vão reforçar, durante todo o Agosto Dourado, a importância de incentivar o aleitamento mesmo nas situações adversas.

30.07.2024

A importância do aleitamento materno em situações de vulnerabilidade é destaque da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2024, que começa nesta quinta-feira (1º a 7/8), com o tema Reduzindo a desigualdade: Apoio à amamentação para todos. Campanha dos Conselhos de Enfermagem vai destacar, durante todo o Agosto Dourado, a importância de incentivar o aleitamento materno mesmo nas situações adversas. Com o tema “Onde faltam perspectivas, o leite humano nutre o futuro”, a campanha reforça os efeitos protetivos da amamentação.

A Semana Mundial do Aleitamento Materno é uma iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) e tem apoio dos Conselhos de Enfermagem. “Neste ano, o tema ressalta a importância de reduzir desigualdades para garantir a amamentação em cenários vulneráveis, em especial na primeira semana de vida, situações de extrema pobreza, de emergência e crises”, explica a enfermeira Ivone Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Evidências demonstram que o leite humano é rico em imunoglobulinas e protege o bebê de infecções, pneumonia, diarreias, reduz o risco de futuras doenças crônicas, além de contribuir para o desenvolvimento integral e formação de vínculos afetivos. A amamentação pode reduzir em até 13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A amamentação traz segurança nutricional e conforto afetivo. É fundamental para a manutenção da Saúde da criança, em especial nas situações de maior vulnerabilidade. É dever dos profissionais de Enfermagem promover a amamentação desde o nascimento, acolhendo e orientando a puérpera”, explica Ivone.

Emergências – Situações de crises, como a emergência climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul, também são um risco ao aleitamento materno. “A assistência ao binômio mãe-bebê deve ser priorizada, garantindo aos lactentes a presença contínua da mãe, desde o resgate à possível internação”, ressalta Ivone.

Orientação de profissionais de Saúde deve ser disponibilizada em caso de dificuldade de amamentação. Caso as lactantes estejam separadas dos seus filhos, deve-se estimular a extração manual do seu leite de 6 a 8 vezes em 24h para a manutenção da produção de leite materno. O acolhimento e apoio psicológico pode ser benéfico para a manutenção da amamentação e cuidado durante o período mais crítico.

Para as crianças a partir de seis meses deve ofertada, juntamente com a amamentação, água potável e alimentação adequada, com prioridade para alimentos naturais e minimamente processados. Confira orientações do Ministério da Saúde sobre amamentação em situações de crise.

Cadeia de Calor – A rede de apoio, incluindo desde os familiares ao sistema de saúde e locais de trabalho, é fundamental para a continuidade da amamentação. É chamada “cadeia de calor”, conceito criado para Aliança Global pela Amamentação para destacar a necessidade de um apoio contínuo à amamentação, do pré-natal, parto e puerpério aos primeiros anos de vida. Tal qual a “cadeia de frio”, necessária para a conservação de vacinas em baixas temperaturas, a amamentação requer ação articulada de diversos atores em apoio às lactantes.

Os profissionais de Enfermagem são uma parte fundamental desta rede. “Além de orientar a mãe e atuar no manejo da amamentação, é importante também envolver os familiares no apoio a amamentação. O cuidado com o bebê passa pelo cuidado com a recém mãe”, explica Ivone Amazonas.

 

Fonte: Ascom/Cofen - Clara Fagundes

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