Senado debate Racismo Institucional no atendimento de saúde à mulher

Vice-presidente Irene Ferreira representou o Cofen no debate

22.06.2017

Audiência foi proposta pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) participou, nesta quinta-feira (22/6), de audiência sobre o Racismo Institucional no atendimento à Saúde da mulher, realizada no Senado. As mulheres negras respondem por 60% das mortes maternas no Brasil. O acesso ao pré-natal também é desigual: pouco mais da metade das mulheres negras realizam o número mínimo recomendado de consultas; entre as mulheres brancas a taxa chega quase a 80%.

Desigualdade social, ausência ou insuficiência de programas específicos que atendam as necessidades de populações vulneráveis e o racismo institucional às iniquidades no acesso à Saúde, na avaliação das participantes da audiência, promovida pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Para a vice-presidente Irene Ferreira, que representou o Cofen no debate, “o racismo institucional estimula a violação dos direitos humanos”, ampliando fatores de risco para além dos biológicos. A dificuldade em reconhecer o racismo institucional como determinante das iniquidades do acesso à Saúde é um entrave à superação das desigualdades. 

Vice-presidente representou o Cofen no debate

“Ninguém nasce odiando outras pessoas pela cor de sua pele, ou por sua origem ou sua religião. As pessoas precisam aprender para odiar e, se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que seu oposto”, encerrou Irene, citando Nelson Mandela.

Para Ilka Teodoro, diretora jurídica da Artemis, “ser capaz de nomear e identificar um fenômeno é o primeiro passo para superá-lo”. A advogada criticou a suspensão de campanha do Ministério da Saúde sobre o racismo institucional, e a invisibilidade do tema, pouco reconhecido pelos próprios profissionais de Saúde. Ilka apontou a demora no tratamento, barreiras no acesso, ausências de programas para atender necessidades de Saúde específicas e o tratamento discriminatório, baseado em estereótipos, como manifestações do racismo institucional.

Liz Elainne de Silvério, promotora do Ministério Público do Distrito Federal, destacou que a falta de representatividade de etnias minoritárias nos espaços decisórios de poder contribui para perpetuar o racismo institucional. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) já recomendou a criação de organismos para enfrentar as desigualdade em diversas esferas institucionais.

Representando as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), Valmira Costa relatou sua saga para tratar um câncer de mama no sistema público de saúde. “Como mulher, negra e pobre, senti na pele tudo isso o que vocês já mencionaram. Minha saga começou no dia 15 de janeiro, mas eu só consegui fazer a cirurgia no dia 22 de novembro. A cirurgia já tinha sido marcada e desmarcada três vezes”, desabafou.

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