Senafis discute processo de fiscalização na Atenção à Saúde Indígena

Diferenças culturais, condições de trabalho e necessidade de criar mecanismos de fiscalização foram debatidos no seminário

24.08.2016

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Fiscalização dos serviços de Enfermagem em áreas indígenas é uma desafio para o sistema Cofen/Conselhos Regionais

Fiscais e gestores de todo o Brasil refletiram, nesta tarde (24/8), sobre possibilidades e desafios da fiscalização na atenção à Saúde indígena. O conselheiro Raphael Amorim (Coren-RR) compartilhou sua experiência como enfermeiro em áreas indígenas, abrindo o debate, que integra a programação do 8° Seminário Nacional de Fiscalização do Sistema Cofen/Conselhos Regionais, realizado de 23 a 26/08, em Vitória.

“Em áreas indígenas, o transporte é difícil, não há hotéis ou pousadas. Contamos com a rede, a maloca, o mosquiteiro, a vasilha para fazer comida no chão”, narrou Raphael, que apresentou as aspectos culturais, como a necessidade de conquistar a confiança da população assistida, e o quadro de saúde encontrado. Abcessos, tungíase, desidratação, desnutrição estão entre os quadros mais comuns. A situação crítica, com ausência de outros profissionais de Saúde, leva profissionais de Enfermagem a realizar diagnósticos médicos, suturas, e outros procedimentos incompatíveis com a profissão, em um dilema entre omissão de socorro e exercício ilegal da medicina.

Controle Social – “O controle social indígena tem uma força muito grande. Sensibilizar os conselhos indígenas é fundamental, pois sem essa mobilização não há melhorias na assistência”, afirmou Raphael, ressaltando a necessidade de refletir o processo de fiscalização em área indígena, juntamente com a Sesai – Secretaria Especial de Saúde Indígena. Há fiscalização nas Casas de Saúde Indígenas, mas não nos territórios, onde o acesso é restrito.

Fiscalizar a assistência às populações indígenas é fundamental para combater ilegalidades e garantir condições dignas de Saúde. “Se existem ferramentas, vamos utilizá-las. Se não exitem, precisamos criar”, afirmou o presidente do Coren-RR, Josias Ribeiro, coordenador da mesa.

Dos debates, surgiram os primeiros apontamentos para a criação de grupos de trabalho e câmaras técnicas de Saúde Indígena, necessários para o desenvolvimento de parcerias, estratégias e metodologias adequadas às circunstâncias. “Vamos fazer sistematização da assistência com NANDA, metodologia americana, aplicada em aldeias brasileiras?”, questionaram os fiscais, preocupados também com as condições de acesso.

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