SUS vai incorporar vacina contra vírus da bronquiolite

Vacinação contra vírus sincial respiratório (VSR) pode prevenir 28 mil internações anuais de bebês, estima Ministério da Saúde

18.02.2025

Uma das principais causas de reinternação após a alta das Unidades neonatais são quadros respiratórios (Foto: Instituto Villamil)

O Ministério da Saúde vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo bronquiolite.

O anticorpo monoclonal nirsevimabe é indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos de idade nascidas com comorbidades, e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B é aplicada em gestantes para proteger o bebê ao longo dos primeiros meses de vida.

Ambas foram avaliadas durante a 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou o impacto positivo dessas medidas na prevenção de hospitalizações e óbitos infantis. Estudos indicam que vacinar gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. “A estratégia combinada irá proteger cerca de 2 milhões de bebês em seus primeiros meses de vida, idade mais vulnerável a complicações”, estima o ministério.

Números

Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde indicam que o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% dos quadros de pneumonia em crianças menores de 2 anos.

A estimativa é que uma em cada cinco crianças infectadas pelo vírus precise de atendimento ambulatorial e que uma em cada 50 seja hospitalizada ao longo do primeiro ano de vida.

De acordo com o ministério, entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros – com menos de 37 semanas de gestação – causadas por complicações relacionadas ao VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.

Até então, a principal opção disponível para a prevenção do VSR no SUS é o palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos, com até 28 semanas de gestação, e crianças com até 2 anos de idade que apresentassem doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave.

“Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina para gestantes tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos”, reforçou a pasta.

Saiba como prevenir a bronquiolite

A bronquiolite é inflamação dos bronquíolos, que atinge principalmente os bebês menores de dois anos. Principal causa de bronquiolite, o VSR está associado também a pneumonia e infecções potencialmente graves em bebês, crianças pequenas e idosos. Em crianças maiores e adultos jovens, costuma provocar apenas resfriados. A resposta imunitária ao VSR não protege contra reinfecção, mas reduz a gravidade da doença.

“O VSR é um dos principais agentes etiológicos das infecções que acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade”, afirma a enfermeira Ivone Amazonas, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). “Além da aplicação das vacinas, o papel da Enfermagem na prevenção das doenças respiratórias passa pelas orientações e apoio aos pais e cuidadores das crianças”, afirma Ivone. Famílias devem ser orientadas a evitar o contato de bebês com crianças e adultos resfriados, fugir de aglomerações, higienizar as mãos, principalmente antes de tocar os bebês. “O aleitamento materno também reduz a susceptibilidade ao VSR”, reforça.

Fonte: Ascom/Cofen, com informações da Agência Brasil e Ministério da Saúde

Compartilhe

Outros Artigos

Receba nossas novidades! Cadastre-se.


Fale Conosco

 

Conselho Federal de Enfermagem

SCLN Qd. 304, Lote 09, Bl. E, Asa Norte, Brasília – DF

61 3329-5800 | FAX 61 3329-5801


Horário de atendimento ao público

De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

Contato dos Regionais