Parecer: Técnica humanizada “Hora do Colinho” traduz essência da Enfermagem

Parecer aprovado por unanimidade pela plenária do Cofen respalda Procedimento Operacional Padrão (POP) que humaniza cuidado aos órfãos da covid-19

27.07.2021

Relatora Dannyelle Costa vê potencial para a difusão do POP em outros serviços

O plenário do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou, nesta tarde (27/7), parecer técnico sobre a legalidade e reconhecimento do Protocolo Operacional Padrão (POP) no cuidado humanizado “hora do colinho”. O POP estabelece diretrizes para o acolhimento a recém-nascidos que perderam a mãe para a Covid-19 ou aqueles cujas mães estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“O procedimento traduz perfeitamente a essência da Enfermagem: o cuidado à luz das melhores evidências científicas”, afirma a conselheira relatora, Dannyelle Costa. “É um respaldo que, além de reconhecer a legalidade e adequação do POP, busca promover boas práticas”, afirma a conselheira, que vê potencial para a difusão em outros serviços.

O parecer responde a consulta da Maternidade Frei Damião, referência em covid-19 na Paraíba, onde foi desenvolvido o protocolo.

“Enfermagem é a mão que cuida, mas também é o colo que acalenta”, define a enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá, idealizadora da Hora do Colinho. A técnica aprimora a respiração e promove a expansão da caixa torácica do bebê, o que auxilia o funcionamento do intestino e do estômago com o movimento.

“Fazemos o acolhimento que as mães fariam, mas não podem porque estão em estado grave ou faleceram”, explica idealizadora do POP

“O tempo de colo é ajustado pela necessidade do bebê”, explica Mariluce. “Não é um contato pele a pele, porque estamos paramentadas para proteger eles, mas tem um calor humano. Fazemos o acolhimento que as mães fariam, mas não podem porque estão em estado grave ou faleceram”. A UTI neonatal da maternidade já adotava a hora do soninho, com redução das luzes, do ruído e música de ninar ambiente.

Tragédia humana – A pandemia traz impactos trágicos para a infância e a configuração das famílias. Estudo publicado na revista científica Lancet estima que 1,5 milhão de crianças perderam a mãe ou outro cuidador primário para a covid-19 até o mês de abril. No Brasil, uma criança fica órfã a cada 5 minutos.

Gestantes e mulheres no pós-parto estão em maior risco de hospitalização e morte por Covid-19. No primeiro semestre de 2020, o país respondia por 77% das mortes por Covid-19 documentadas entre gestantes. Conheça as medidas defendidas pelo Cofen e outras entidades de Enfermagem para redução da mortalidade materna por covid-19

Acesse a íntegra do parecer técnico

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