Terra Indígena Yanomami: governo tem 30 dias para apresentar cronograma contra garimpo ilegal

Um ano após a emergência em Saúde Pública na Terra Indígena Yanomami (TIY), a maior do país, situação ainda é crítica

30.01.2024

A Justiça Federal em Roraima concedeu prazo de 30 dias para a União apresentar um novo cronograma de ações para enfrentamento do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, sob pena de multa de 1 milhão de reais, contados a partir de quarta-feira (24). O Ministério Público Federal (MPF) considera as medidas adotada insuficientes para combater garimpo ilegal na região.

Em janeiro de 2023, o governo decretou emergência sanitária, após a morte de pelo menos 570 crianças yanomamis por causas associadas a desnutrição, em quatro anos. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas. Desnutrição aguda, pneumonia, diarreia são as principais causas de óbitos no território, acossado pelo garimpo ilegal. A situação chocou o Brasil, e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) instituiu uma Equipe de Resposta Rápida para apoiar as ações emergenciais do Ministério da Saúde na crise humanitária, em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de Roraima (Coren-RR).

“Durante nossa atuação, encontramos situações preocupantes, como as relacionadas ao transporte aéreo de pacientes críticos realizado por técnicos de Enfermagem e a precariedade das instalações destinadas à assistência dos indígenas, além da falta de insumos, de medicamentos e de segurança aos profissionais”, relatou o coordenador da Equipe de Resposta Rápida, Eduardo Fernando de Souza.

Um ano após a emergência em Saúde Pública na Terra Indígena Yanomami (TIY), a maior do país, o crescimento do garimpo ilegal na área sofreu desaceleração, mas a área invadida segue em expansão, com impacto na sobrevivência do povo yanomami. A avaliação da Hutukara Associação Yanomami, em nota técnica publicada nesta sexta-feira (26). O documento é endossado pelas associações Wanassedume Ye’kwana (Seduume) e a Urihi Yanomami, e conta ainda com o apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA) e do Greenpeace. Segundo os dados apresentados pela entidade, a área total impactada pelo garimpo na terra indígena cresceu cerca de 7% em 2023, atingindo um total de 5.432 hectares. O garimpo ilegal no território chegou a crescer 54% entre 2021 e 2022, e 30%, entre 2019 e 2020.

Enfermagem e a Saúde Índígena – O cuidado qualificado de Enfermagem é essencial para aumentar a cobertura e resolutividade da assistência à saúde dos povos originários. Parte significativa mora em locais de difícil acesso e enfrenta vulnerabilidade social e econômica. Isto se reflete na prevalência de agravos como desnutrição e tuberculose, que é três vezes mais frequente na população indígena. Mortes sem assistência de saúde predominam, e a mortalidade materna supera a média nacional. “São muitos os desafios a serem enfrentados. Na Terra Indígena Yanomami, a degradação ambiental, doenças e violência associadas ao garimpo”, afirma Paulo Murilo Paiva, coordenador da comissão.

 

Fonte: Ascom/Cofen

Compartilhe

Outros Artigos

Receba nossas novidades! Cadastre-se.


Fale Conosco

 

Conselho Federal de Enfermagem

SCLN Qd. 304, Lote 09, Bl. E, Asa Norte, Brasília – DF

61 3329-5800 | FAX 61 3329-5801


Horário de atendimento ao público

De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

Contato dos Regionais