Combate à Sífilis: tratamento de gestantes evita transmissão para 71% dos bebês

Diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para a redução dos casos de sífilis congênita no Brasil, reforçando a meta de eliminação da doença até 2030

16.10.2024

Profissional da saúde realizando exames
Em 2023, o país notificou 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 casos em gestantes, 25.002 casos congênitos, além de 196 óbitos em decorrência da doença

Durante o ‘Seminário Integrado da Sífilis – Unindo Forças para a Eliminação’, realizado nesta segunda-feira (14) em Brasília, o Ministério da Saúde divulgou dados do Boletim Epidemiológico de 2024 sobre a sífilis. Em 2023, o país registrou uma redução de 1.511 casos da doença em bebês menores de um ano em comparação ao ano anterior. O resultado indica que 71% dos casos de sífilis congênita foram evitados graças ao diagnóstico precoce em gestantes. Em anos anteriores, os números eram de 64% (2021) e 69% (2022).

As estatísticas apresentadas têm como base as notificações até 30 de junho de 2024. Esse avanço reflete os esforços para aprimorar o manejo da infecção em gestantes e suas parcerias sexuais. Quando a sífilis é diagnosticada durante o pré-natal e tratada adequadamente, as chances de transmissão para o bebê são significativamente reduzidas, permitindo a eliminação da doença como problema de saúde pública.

O diretor do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, ressaltou a importância de eliminar a sífilis até 2030, reforçando o compromisso nacional com a eliminação de infecções transmissíveis. Já Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, enfatizou que o Brasil possui as ferramentas necessárias para reduzir ainda mais os casos de sífilis, destacando a importância das ações integradas entre os diferentes atores envolvidos na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

O Boletim Epidemiológico mais recente mostra que, em 2023, o país notificou 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 casos de sífilis em gestantes, 25.002 casos de sífilis congênita, além de 196 óbitos em decorrência da doença. O diagnóstico é realizado por meio de testes rápidos e exames laboratoriais. Em 2023, foram distribuídos mais de 14 milhões de testes rápidos para estados e municípios em todo o país. Até agosto deste ano, já haviam sido disponibilizados mais de 7,6 milhões de testes, incluindo os testes DUO, que investigam a infecção por HIV e sífilis simultaneamente.

Combate à Sífilis – O terceiro sábado de outubro marca o Dia de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita no Brasil. A eliminação da transmissão vertical da doença até 2030 é uma das metas que envolve a disponibilização de testes e tratamento adequados, incluindo a penicilina para o tratamento da sífilis adquirida, em gestantes e congênita. A certificação de boas práticas na prevenção da transmissão vertical também faz parte das estratégias nacionais, reconhecendo municípios e estados que se destacam na eliminação da sífilis. Entre 2022 e 2023, 48 municípios e dois estados receberam certificações, e novas análises de solicitações estão previstas para o final deste ano.

Fonte: Ministério da Saúde (editada)

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