V Marcha pela Humanização do Parto cobra efetivação de direitos

A marcha ocorreu neste sábado (18), em Teresina

20.11.2017

Conselheira federal Fátima Sampaio representou o Cofen na marcha

Caminhar a favor de uma causa! Foi assim que, mais uma vez, a sociedade de Teresina (PI) se reuniu na V Marcha pela Humanização do Parto, que ocorreu neste sábado (18), na avenida Raul Lopes. A marcha, uma iniciativa do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) apoiada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), tem como objetivo informar e sensibilizar a população piauiense, em especial as mulheres, quanto à importância e o direito ao parto normal humanizado.

A Marcha surgiu de uma parceria de diversas entidades como a OAB-PI, órgãos de saúde estadual e municipal, além de faculdades e escolas de Enfermagem que buscam avançar no processo de humanização do parto em todas as instituições de saúde.

A Marcha deste ano teve como tema “Mulheres, exerçam seus direitos!”. “O parto é um momento de emoções e significados. A Marcha busca sensibilizar a população quanto aos direitos da mulher, principalmente ao parto humanizado. Sabemos que mulheres têm seus direitos desrespeitados no momento mais importante de suas vidas. A conscientização é o primeiro passo para tornar a humanização do parto uma realidade”, afirmou Tatiana Maria Guimarães, conselheira do Coren-PI e coordenadora da Marcha.

Ato chama cobrou a efetivação de direitos durante o parto

A marcha pretende chamar a atenção para a importância do parto natural, reduzir a violência obstétrica, e colocar a mulher como protagonista e condutora do processo do parto. “De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, pelo menos 25% das gestantes sofrem violência durante a gestação ou parto. As mulheres têm seus direitos e devem ser respeitados. Por exemplo, o direito ao acompanhante está assegurado pela Lei 11.108/2015, mas ainda existem hospitais que desrespeitam por afirmar que não tem estrutura ou querem arrecadar por esse momento. Todos os espaços precisam se adequar, é um direto sendo negado, e também não podem cobrar. Isso já é uma forma de violência. A Lei do Acompanhante é uma medida eficaz que ajuda na diminuição da violência contra a parturiente”, ressaltou a enfermeira.

Auricélia Dias está na segunda gravidez e entende que essa mobilização é fundamental para que todas as gestantes tenham seus direitos assegurados. “Esse é um momento na vida da mulher que requer muitos cuidados que vão desde o pré-natal até um pós-parto com segurança e tranquilidade e, por isso, é preciso que nós possamos escolher como queremos ter nossos filhos e sermos respeitadas por nossas escolhas”, destacou ela.

O respeito à autonomia da mulher e a segurança da assistência são pilares do parto humanizado

Humanização do parto – A humanização do parto é o respeito a mulher como pessoa única, a família em formação e o bebê, que tem direito a um nascimento seguro e harmonioso. “Durante o período gestacional e pós-parto, deve-se informar a mulher sobre os procedimentos e pedir seu consentimento para realizá-los, promover um ambiente acolhedor, respeitar cada mulher na sua individualidade e respeitar a fisiologia do parto”, destacou Tatiana Melo.

Direitos da gestante

A pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, da Fundação Perseu Abramo, apontou que 23% das mulheres ouviu algum despropósito durante o parto. “As mulheres têm seus direitos e esses devem ser respeitados. Avaliação de risco gestacional e garantia de atendimento prioritário; acesso a, no mínimo, seis consultas de pré-natal com qualidade; mulheres e recém-nascidos não podem ser recusados nos serviços e tampouco “penegrina” em busca de assistência são alguns dos direitos. É fundamental também privacidade para mãe e seu acompanhante, acesso a métodos para o alívio da dor e escolha da posição mais confortável para o parto”, finalizou a enfermeira Tatiana Melo.

 

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