Mesa redonda discute saúde da criança durante a pandemia

Discussão abordou o cuidado na perpectiva do profissional de Enfermagem

14.09.2022

Palestrantes falaram sobre as mudanças as quais os profissionais tiveram que se adaptar

O tema “Saúde da Criança brasileira: lições durante a pandemia covid-19″ foi discutido em mesa redonda durante o 24º CBCENF. Com o propósito de agregar conhecimento e compartilhar experiências, as palestrantes apresentaram dados que contribuem com o aprendizado no cuidado das crianças pós pandemia.

A enfermeira Mariana Cavalcante falou sobre os programas de imunização, fundamentais no cuidado das crianças. O Programa Nacional de Imunização do Brasil tem quase 50 anos de existência e 47 imunobiológicos ofertados, sendo 17 para crianças e 7 para adolescentes. A palestrante apresentou dados preocupantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia de covid-19 alimenta o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas. Doenças como poliomielite estão apresentando novos casos, apesar da existência da vacina e da divulgação contínua dos programas de imunização.”Um dos motivos para a não vacinação é a falsa percepção de que estamos livres de determinada doença por não serem mais tão comumente transmitidas como a poliomielite, paralisia infantil ou coqueluche. Dessa forma, existe a falsa ideia de que a vacina não é necessária”, pontua.

Nos casos da covid-19 a percepção de risco é desproporcional nas crianças. A vacinação infantil chegou quase na metade da onda da variante ômicron, já em uma descente com menos casos e mortes. Tudo isso contribui para desmotivação da população, além das diversas fake news que circulam em relação às vacinas. Dados coletados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), que passaram por revisão do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de Saúde, apontam que, ao todo, 1.439 crianças de até 5 anos morreram por covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia no Brasil.

A enfermeira Carla Tragante falou sobre o atendimento neonatal durante a pandemia e os desafios que as equipes de Enfermagem enfrentaram para conseguir se adaptar à nova realidade. O cuidado neonatal de crianças e adolescentes exige abordagens multiprofissionais. A eficácia depende também do conhecimento das equipes cujo esforço integrado resulta em uma assistência mais segura. “Os maiores desafios enfrentados foram déficit de pessoal especializado, preparação das equipes, sentimento de medo, controle e previsão dos materiais e insumos e o gerenciamento de equipamentos. As mudanças e constantes novidades em relação à covid-19 também dificultaram a adaptação, no cuidado infantil é necessário ter em mente que o paciente nunca é só um, pois a criança possui responsáveis que devem ser sempre acompanhados”, explicou.

Manter humanização do cuidado e ao mesmo tempo se prevenir durante a pandemia tornaram a atuação dos profissioinais mais delicada do que nunca. Para a enfermeira é necessário nesse contexto, orientar paciente/família quanto aos motivos de isolamento e restrições, facilitar no que for possível a sua presença e disponibilizar recursos digitais para interação com familiares.

Para finalizar, a coordenadora da mesa, Maria Helena Souza, corroborou a fala das palestrantes reforçando o impacto do resultado das vacinas e a importância de um evento como o 24º CBCENF, onde profissionais da Enfermagem podem estabelecer novas parcerias de estudo.

Compartilhe

Outros Artigos

Receba nossas novidades! Cadastre-se.


Fale Conosco

 

Conselho Federal de Enfermagem

SCLN Qd. 304, Lote 09, Bl. E, Asa Norte, Brasília – DF

61 3329-5800 | FAX 61 3329-5801


Horário de atendimento ao público

De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h

Contato dos Regionais