SAMU debate atendimentos em Saúde Mental

Coordenadora da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conaesm/Cofen) participa do evento, aberto a inscrições do público

01.11.2022

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O Brasil enfrenta uma segunda pandemia, desta vez na Saúde Mental. Primeiro atendimento a alcançar vítimas de suicídio, pacientes em crises psicóticos e crises de ansiedade, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) realiza nessa quinta-feira (3/11), das 19h30 às 21h30, em reunião científica. O evento é realizado online, aberto à participação dos inscritos.

A coordenadora da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conaesm/Cofen), Dorisdaia Humerez apresentará o impacto emocional das perdas familiares, o sentimento de medo, a falta de socialização e a instabilidade no trabalho aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico dos brasileiros.

No primeiro ano da pandemia de covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou cerca 25%, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde. “O aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária”, afirma Dorisdaia, que destaca a importância do acompanhamento contínuo para agravamento dos quadros.

A reunião científica contará, também, com apresentação do enfermeiro do SAMU SP Marcos Campoy, doutor em Enfermagem pela USP. Números do Datasus apontam que o total de óbitos por lesões autoprovocadas dobrou nos últimos 20 anos, passando de 7 mil para 14 mil.

Abordagem desses pacientes e familiares pode ser decisiva para a adesão, ou não, ao tratamento. Tentativas de suicídio são um grito de socorro, que não deve ser ignorado. Na abordagem de pacientes em surto, a empatia é essencial para estabelecer um vínculo de cuidado e reduzir possíveis situações de conflito. Pacientes cujo discernimento está severamente prejudicado não devem ser confrontados em fase aguda da crise.

Prevenção – A busca por ajuda profissional é fundamental quando quadros como insônia, irritabilidade e desânimo persistem por várias semanas. “O tratamento inicialmente busca fortalecer mecanismos adaptativos que estão fragilizados. Em alguns casos, há benefícios no uso medicação, mas ela deve ser usada com critério”, explica. Dorisdaia ressalta que a Saúde Mental é bio-psico-social, não podendo ser isolada das condições efetivas de vida, trabalho e sociabilidade do indivíduo.

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