Enfermeiro e Professor: A profissão do cuidado se une a profissão do ensino

Para o presidente do Coren-MT, ser educador é poder viver um sentimento de orgulho constante, tendo a oportunidade de partilhar o sentimento de pertencimento com cada um dos alunos

15.10.2021

Presidente do Coren-MT, Antônio César, durante uma de suas aulas. | Foto: Arquivo Pessoal

“Vivo na intersecção de duas grandes profissões, sendo enfermeiro e professor”, afirma o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), Antônio César Ribeiro. A fala representa um ponto fundamental para a atual gestão do Conselho, liderada pelo profissional que atua na área da educação há 32 anos. Em alusão ao Dia dos Professores, comemorado nesta sexta-feira (15), as docentes Áurea Christina de Paula Corrêa e Annelita Almeida Oliveira Reiners, também exaltam a profissão que formam todas as outras profissões.

Formado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o presidente do Coren-MT iniciou sua trajetória logo após a conclusão do curso, feito na mesma instituição que hoje compartilha conhecimento. Para César, o educador possui um papel fundamental no avanço da Enfermagem. “Ser educador me fez pensar a Enfermagem como um processo, já que ela me antecede e vai além de mim. Me sinto bem quando penso que estou em um momento como professor dessa profissão, me sinto em casa”, disse.

Seguindo em uma jornada tripla, Ribeiro reforça que para uma compreensão ampliada da Enfermagem é necessária a tradução das competências legais, definidas e asseguradas pelos Conselhos, em competências técnicas. “Só podemos ter uma Enfermagem ampliada quando conseguimos reproduzir as competências legais em técnicas. Pouco serve a defesa dos Conselhos em ampliar as ações dos profissionais se não traduzirmos elas em competências técnicas, e quem faz esse papel é o professor”, comenta.

Ainda segundo o presidente, ser educador é poder viver um sentimento de orgulho constante, tendo a oportunidade de partilhar o sentimento de pertencimento com cada um dos alunos. “Me orgulho muito de poder ocupar esses dois espaços, assegurando que os profissionais da Enfermagem alcancem essas competências técnicas. Busco mostrar para os meus alunos que cada um deles é protagonista de um momento histórico que seguimos vivendo dentro dessa profissão”, finaliza.

“Cada vez que entro em sala de aula, aprendo algo novo”

Somando aproximadamente 27 anos como docente na UFMT, Áurea Christina de Paula Corrêa também é uma das pessoas que fazem do ensino uma ferramenta de fortalecimento da Enfermagem. Seguindo os passos da avó, que era enfermeira da Cruz Vermelha e atuou na Segunda Guerra Mundial, a educadora acredita no ato de compartilhar conhecimento como uma forma de seguir com o legado de outros nomes que fizeram história na profissão.

Professora Áurea durante uma das aulas remotas ministradas na UFMT | Foto: Arquivo Pessoal

“Quando entrei na faculdade tive contato com grandes referências, como a professora Norma Machado Costa, que infelizmente já faleceu, a Professora Maria Aparecida Gaeva e outras que tinham uma veia política muito forte e eram professoras de grande excelência. Então aquilo me incentivou a buscar uma formação mais específica”, relembra.

Assim que concluiu sua formação na UFMT, a educadora se mudou para São Paulo, local onde fez morada temporariamente para concluir sua especialização em Pediatria Social e Puericultura. Já nos momentos finais do processo de formação, Áurea passou a experienciar uma rotina dupla, atuando na assistência e dando aula em um curso técnico. Para conseguir encarar a rotina, o principal desafio era vencer não só seu próprio cansaço, como também o de seus alunos.

“O principal desafio era dar conta de fazer tudo com qualidade mesmo diante do cansaço. Sentia que os alunos sofriam muito, já que a maioria eram pessoas adultas, com um trabalho ocupacional e estavam ali tentando melhorar de vida. Lembro que alguns trabalhavam pesado durante o dia e tinham que aguentar ficar em sala de aula até quase 23h”, conta a professora.

Refletindo sobre sua trajetória, Áurea conta que duas certezas ainda a acompanham: a de que o ensino se faz na troca com os alunos, e que essa é a profissão que lhe completa. “Cada vez que você entra em sala de aula acaba aprendendo alguma coisa. Enquanto eu tiver forças, quero continuar. É isso que eu sei, que gosto e que faço de melhor”, conclui.

“A palavra é essa: compartilhar”

Trilhando a prática docente desde 1984, Annelita Almeida Oliveira Reiners, é uma das docentes que atuam no curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso. Apesar da escolha pela área de enfermagem ter acontecido por acaso, a docente afirma com clareza que esta é a profissão que fez com que sua caminhada profissional fizesse mais sentido.

“Ser professora é uma atividade que eu gosto muito, sinto que me achei nessa função de docente, embora minha profissão seja enfermeira, minha função é de docente”, disse.

Professora Annelita em sua sala na UFMT. | Foto: Arquivo Pessoal

Formada na Universidade Federal de Goiás (UFG), Annelita iniciou sua carreira como professora em Campinas, cidade do interior de São Paulo. Pouco tempo após sua estreia nas salas de aula, a educadora precisou desembarcar na capital mato-grossense, onde fincou raízes e se firmou como docente na UFMT.
Observando sua trajetória, a professora comenta que notou inúmeras mudanças no processo de formação do profissional de enfermagem durante as últimas décadas. Segundo Annelita tais mudanças também refletiram na forma com que os alunos começam o curso.

“Hoje estamos tendo que conviver com novas formas de obter informação, principalmente com novas tecnologias. O aluno de hoje chega na faculdade com muitas informações, sendo necessário um acompanhamento junto com eles para que esses saberes se tornem conhecimentos adequados para a formação do enfermeiro”, revela.

A formação conjunta pautada pelo compartilhamento é para a educadora a chave para seguir fortalecendo a Enfermagem. “Ser professora é compartilhar um saber, um conhecimento. Quando a gente faz isso não estamos em uma via de mão única, e sim em um espaço conjunto de ensino e aprendizagem. Acredito que a palavra é essa: compartilhar”, conclui.

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